Leia: Trovadorismo: Cantigas
Cantiga da Ribeirinha (Versão Original)
No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vai,
ca ja moiro por vós - e ai!
mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di', ai!
me foi a mi muin mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d'haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d'alfaia
Nunca de vós ouve nem ei
valía d'ũa correa.
Paio Soares de Taveirós
Cantiga da Ribeirinha (versão em português recente)
No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a vida continuar como vai,
porque morro por vós, e ai
minha senhora de pele alva e faces rosadas,
quereis que vos descreva
quando vos eu vi sem manto
Maldito dia! me levantei
que não vos vi feia!
E, mia senhora, desde aquele dia, ai!
tudo me foi muito mal
e vós, filha de don Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia
pois eu, minha senhora, como mimo
de vós nunca recebi
algo, mesmo que sem valor.
Paio Soares de Taveirós
1. Quais diferenças e semelhanças você consegue estabelecer entre os dois textos acima?
2. Leia a cantiga original e depois a sua versão atualizada. Em seguida, escreva em poucas linhas um entendimento do texto.
3. Volte aos textos estudados na aula anterior e responda: “A Cantiga da Ribeirinha é uma cantiga de amor ou é uma cantiga de amigo? Como você sabe? Explique”.
Professora Joana
17/06/2020