sexta-feira, 26 de junho de 2020

Língua Portuguesa 1ºE e 1ºF - Prof Joana

Olá , turma!  Segue nossa 3° Atividade de Português – 2° Bimestre (semana de 22/06 a 26/06/2020)  Professora Joana


Estudando o gênero: Entrevista


1- Antes de fazer a leitura do texto “Lygia Fagundes Telles  tira gato da sacola” reflita sobre o título e responda:


  A- Em sua opinião, sobre o que trata um texto que apresenta o título “Lygia Fagundes Telles tira gato da sacola”?

          

  B- Quem você acha que pode ser Lygia Fagundes Telles?


  C- O que o gato estaria fazendo na sacola?




                2- Agora, leia o texto a seguir:



LITERATURA
Autora fala em Frankfurt sobre primeira obra infantil que está escrevendo, com felino como protagonista
Lygia Fagundes Telles tira gato da sacola





CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT 

Uma dor de cabeça é a melhor lembrança que Lygia Fagundes Telles guarda da Feira de Livros de Frankfurt. Foi em 1994. O "zunzunzum" das conferências, homenagens e autógrafos deixou dores pontiagudas na cabeça da escritora. "Fui logo na "apotheke" (farmácia)", lembra.
Assim começava a nascer o primeiro livro infanto-juvenil da autora de "As Meninas". "A aspirina veio em uma sacola estampada com um gatinho listrado de verde e amarelo. Fiquei apaixonada por ele", conta Lygia, que decidiu transformar o felino em protagonista de uma "história jovem".
A maior estrela brasileira este ano em Frankfurt -que veio para a feira a convite da Biblioteca Nacional- antecipou para a Folha algumas características do novo personagem, que atende pelo nome de "Eu, o Gato" e deve estar nas livrarias no início de 2001, com o selo Rocco.
Nessa entrevista, a titular da cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras fala sobre gatos e cachorros e indica outro provável personagem de livro infantil. Apontando para o lenço de seda com desenho de ferraduras que trazia no pescoço, ela disse: "Gosto mesmo é de cavalos. Em outras encarnações, ou transmigrações, já fui um deles", completou com um inevitável sorriso de gato.

Folha - Como foi que a sra. decidiu fazer seu primeiro livro infanto-juvenil?
Lygia Fagundes Telles - Foi uma historia de amor minha com esse gatinho. Ele era listrado de verde e amarelo, as cores de nossa bandeira, e tinha uma expressão tão deliciosamente encantadora que decidi que tinha de dividi-lo com os outros. Ele era matreiro e amoroso, malicioso e, ao mesmo tempo, inocente. No desenho, ele estava de pé, com as patas para trás, como uma criança que cometeu uma arte e pede desculpas. Pensei: essa vai ser minha primeira história infanto-juvenil. Eu nunca fiz nenhuma.

Folha - A sra. ainda tem a sacola?
Telles - Claro. Vou usar a ilustração dela na capa do livro. Ainda não terminei de escrever, mas é uma história de amor.

Folha - Como vai chamar esse livro?
Telles - "Eu, o Gato". Não sei se vai fazer sucesso. Os livros são questão de sorte. O escritor não sabe o que vai dar certo ou não. Meu pai era jogador. Ele apostava na roleta. Não ganhava muito, mas dizia: "Amanhã a gente ganha". Eu jogo com as palavras. Em "Invenção e Memória" (seu livro mais recente) eu não apostei tanto, mas recebi muitas fichas. Memória e invenção são uma coisa só. A memória invade ou é invadida pelo imaginário. Se você vai contar um fato, de repente percebe que está inventando. O homem é incapaz de viver sem a invenção. A invenção é a nossa salvação. Rima e é verdade.

Folha - E como está sendo escrever para as crianças, que são tão inventivas?
Telles - Estou fazendo com a maior facilidade. Eu gosto muito da invenção, do imaginário. Comecei a escrever quando criança, antes de saber escrever. Comecei contando histórias.

Folha - Como se chama o gato, protagonista de seu livro infanto-juvenil?
Telles - Ele é um gato estranho. Ele se sente ao mesmo tempo excluído e inserido. Ele conversa com outros animais, como o coelho e o macaco, mas sempre que lhe perguntam seu nome, ele diz: "Meu nome é gato".

Folha - Ele é "arteiro" como o gato da sacola?
Telles - Ele começa muito travesso, insubordinado, rebelde, porque ele se sente excluído. Depois ele fica legal. De certo modo, parece que o bem vence. Ele termina um gato boníssimo. Há uma certa selvageria no gato. O cachorro é menos selvagem, parecidíssimo com o ser humano. Os cães vão acabar falando que nem nós. O gato mantém a selvageria.

Folha - Seu gato tem algum parentesco com o de "Alice no País das Maravilhas", aquele que fica sempre sorrindo?
Telles - Não. O da Alice é, perto desse, muito bonzinho. Meu gato tem algumas malignidades. No começo da vida ele é até meio enfezado. Espere só pra ver.